Quero parar. Quero correr. Só andar.

Dias estranhos... Noites mais ainda... Procuro o sono e veem os pensamentos Procuro os pensamentos e vem solidão Procuro a solidão e vem a multidão. Quero parar. Quero agora, apoiar a cabeça nas mãos e chorar. Chorar para a mágoa passar Para a tristeza evaporar Quero sair por ai, sozinho, como fiquei Não sei como cheguei aqui e ao mesmo tempo que quero sair quero ficar. É tudo tão estranho. É um vazio cheio. É uma estranha sensação de liberdade misturada com solidão. Quero parar. Parar de pensar em você. De temer te encontrar na esquina De querer te encontrar na esquina Entretanto tem lá suas vantagens Trombo com novas almas tbem na esquina Elas me empurram para outros caminhos mas tento olhar sobre seus ombros procurando ao fundo. Vou ao teu encontro desejando desesperadamente o desencontro Vou à nossa antiga cama, agora minha apenas, sentindo você como nunca. Chego a te ver ali deitado. Bebendo água. Queria apagar você das minhas lembranças e dormir profunda e serenamente. Sem lembranças, sem sonhos, sem amor e principalmente sem dor. Sem aflição. Sem medo de novidades. Chega a ser pretensão pensar que não quero recomeçar Pois quero. Só que quero mudar. Sou outro, depois de você principalmente. Você me moldou um pouco a sua semelhança Talvez por isso ao olhar no espelho, sua lembrança é tão forte Minha sorte é que desligo. Desencano. Sem plano. Sem esperança. Sem nada nem ninguém. Estranho mesmo é essa sensação de cão sem dono correndo livre e olhando para tras, pensando... onde está quem me amarrou? Volto? O futuro é tão diferente. O presente é tão medonho. Nâo quero pensar nele. Não quero imaginar-te nele. Queria-te nele. Mas se imagino, sofro. Que fazer? Correr por correr... Só... andar, olhar e curtir... curtir essa vida que agora reservo para mim.